Aqui no Brasil, dois assuntos estão atualmente entre os mais comentados: a popularidade do presidente Lula e a influência política do PT. Dois assuntos, aliás, que muito nos afeta, interessemo-nos ou não por política. Não à toa o blog tem falado muito do PT e de Lula. Não só falado, como se posicionado. Pois bem. Já disse que a cada revelação do que considero constituir a verdadeira essência política do PT, aqui publicaria. E aquele que, a meu ver, tem melhor traduzido essa essência, à luz da questão democrática, é Reinaldo Azevedo. Segue texto de sua lavra, publicado em seu blog pessoal (19 de maio passado; os grifos são meus):
O LENINISMO DE MERCADO DOS COMPANHEIROS
O episódio da censura ao vídeo dos prefeitos é mais do que uma escolha, sei lá, intelectual: trata-se de uma natureza. Para “eles”, o mundo se divide em duas categorias: existem aqueles que estão sob a orientação — de preferência, o comando — do “Partido” e aqueles que não estão.
Como “O Partido”, na melhor tradição leninista, representa “a” vontade dos homens revolucionários, que têm o código do futuro, qualquer manifestação fora de seu controle representa, obviamente, uma ameaça e deve ser banida. Se “O Partido” está na oposição, cumpre mobilizar “a sociedade” contra o “estado autoritário”; se “O Partido” está no poder, aí, então, mobiliza-se o “estado autoritário” (que passa a ser “democrático”) contra “a sociedade”, que passa a ser manifestação do atraso.
Entenderam como funciona?
Em qualquer dos casos, quem se ferra é a liberdade, já que o único espaço legítimo de divergência passa a ser aquele que existe no ambiente do próprio “Partido”. Nesse particular — e em muitos outros particulares… —, o PT ainda é um partido leninista, sim. Pouco importa se passou a conviver com a economia de mercado. Ou, melhor ainda, pouco importa se hoje se considera o gerente, o condutor, o ente de razão da economia de mercado — com todas as delícias que isso implica.
O que o PT herdou do bolchevismo — e poderia ter herdado do fascismo, porque daria na mesma — é o ódio à liberdade; é a repulsa a tudo aquilo que representa “o outro” — que, de fato, são “os outros”, já que a graça está na diversidade. Não para eles! A única diversidade possível é aquela reunida no “Partido”.
Sei por que se irritam comigo; sei por que tentam me enredar em suas histórias escabrosas. Não é porque eu denuncie esta ou aquela falcatruas — dedico-me pouco a isso; não é porque eu revele as suas ineficiências. Mas é porque eu exponho a sua filiação ideológica e o risco que representam não ao capitalismo, mas à democracia!
Censurar um vídeo como o que vai abaixo evidencia que Dilma saiu da VAR-Palmares, mas a VAR-Palmares não saiu de Dilma.
Quando ela pertencia àquela organização terrorista (desculpo-me por não chamar de “revolucionária” a morte de inocentes, tá?), julgava ter a forma do futuro. E julga ainda. Por isso não pode conviver com a crítica, esteja ela certa ou errada. Se está fora do ambiente do “Partido”, estará sempre errada.
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